quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Apple: o melhor ano fiscal de sua história

Apple anunciou hoje seus resultados financeiros para o quarto trimestre do ano fiscal de 2015, concluído a 26 de setembro passado. A companhia apresentou receita de US$51.5 bilhões e lucro líquido de US$11.1 bilhões. O resultado se baseia na venda recorde do iPhone no período, na expansão da disponibilidade do Apple Watch no mercado mundial e na venda recorde absoluta do Mac, bem como na receita com serviços

“O ano fiscal de 2015 foi o mais bem-sucedido da história da empresa, com crescimento das receitas de 28%, ou cerca de US$ 234 bilhões”, comemorou Tim Cook, CEO da Apple.

Aleksi Aaltonen, da Warwick Business School, é Professor Assistente de Sistemas de Informação, ex-designer na Nokia e é estudioso da Apple. Para ele, a Apple ter apresentado crescimento de receita ao longo dos últimos quatro anos, num ambiente de negócios extremamente volátil, “é impressionante”. Segundo o analista, a companhia conhece seu negócio “extremamente bem e está alavancando com sucesso seu atual portfólio de produtos com vistas a expansão em novos mercados, tais como pagamentos móveis”. 

Mas, existe um ‘mas’… Investidores querem sempre mais crescimento. E, de fato, a Apple poderia facilmente manter e/ou ganhar quotas de mercado através da oferta de produtos mais baratos, mas isso iria destruir suas margens de lucro e a força da marca.

"A Apple sempre foi uma empresa muito centrada no produto e, a fim de continuar a atuar no longo prazo, precisa oferecer sempre uma grande inovação para o mercado. O carro da Apple ainda está na fase dos rumores; eu também não estou bem certo se o Apple Watch sobrevive à maciça campanha publicitária. Quanto mais o atual portfólio de produtos carregar o sucesso das vendas da companhia, sem novas grandes inovações, maior o risco de que a empresa entre em fase de estagnação, como ocorreu com a ex-líder do mercado móvel Nokia e, em alguns aspectos, a Microsoft”, disse Aaltonen”. 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Cybercrimes e reputação preocupam os CEOs

A violação de informações estratégicas e os danos à reputação estão entre os riscos mais prováveis de acontecer e que tendem trazer maior impacto às empresas. É o que mostra a pesquisa International Business Resilience Survey 2015. De acordo com o estudo, 79% dos executivos entrevistados consideram a violação de dados estratégicas e os danos à reputação os riscos de maior probabilidade de acontecer e que podem trazer maior impacto para as suas organizações. Outros 59% consideram que falha no banco de dados é outro risco que podem trazer grandes impactos para as empresas. E 58% temem falhas nos serviços online decorrentes de ataque cibernético.

O estudo foi realizado pela consultoria de risco e corretora de seguros Marsh, em parceria com Instituto Internacional de Recuperação de Desastres – DRII e entrevistou 200 CEOS e executivos das áreas de gestão de risco e continuidade de negócios de empresas multinacionais no mundo todo. A pesquisa mostra também que embora risco cibernético e danos à reputação estejam no centro das preocupações dos executivos, 73% deles relevam haver uma falta de planejamento de gestão de crise nas empresas. Por outro lado, para se proteger dos ataques cibernéticos 28% afirmam ter apólices de seguros especiais para coberturas ataques cibernéticos. Outros 21% contratam seguros também para se proteger de possíveis danos à reputação das empresas após uma violação de dados.

Outro dado preocupante da pesquisa é que 60% dos CEOS e gestores de riscos entrevistados têm dado pouca importância na resiliência dos sistemas de TI em relação à gestão de reputação de suas empresas. E, ainda, 29% destes executivos já identificaram prevenção de falhas no sistema de TI de suas empresas. Os resultados da pesquisa indicam que as organizações estão mais bem preparadas para enfrentar os riscos tradicionais, mas não estão preparadas para fazer frente aos riscos não tradicionais – riscos de ataques cibernéticos, por exemplo.

Dados da pesquisa revelam também que os CEOS e gestores de risco das empresas têm diferentes percepções sobre as medidas e controle das exposições de riscos de suas respectivas empresas que possam resultar em acidentes, perdas e prejuízos. Três em cada quatro entrevistados consideraram que o fracasso do sistema de TI é uma das duas áreas que podem ter o maior impacto sobre a reputação de sua organização, juntamente com a falta de planejamento de gestão de crises.

Leia a pesquisa completa aqui


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A Era da Disrupção Constante

Por Edmardo Galli*

Disrupção significa rompimento. No caso da disrupção tecnológica, trata-se de um rompimento de paradigmas, graças a novas tecnologias que tomam conta da vida das pessoas, proporcionando mudanças profundas em nossa sociedade, para sempre.

A era atual é um momento em que as novidades surgem rápido, ganham escala rápido, barateiam rápido e dominam o mundo em um piscar de olhos. “Hoje, vivemos em constante disrupção. Imaginamos uma ideia ‘impossível’, e quando vemos, estamos usando em nosso dia-a-dia aquela ‘ideia impossível’.

A disrupção tecnológica segue esses passos mencionados acima. Primeiro, a criação vive no campo das remotas possibilidades. Ao ganhar escala e se tornar acessível financeiramente, ela toma conta em pouco tempo. E não estamos falando em ficção científica, estamos falando de disrupções reais que já vivemos em nosso dia a dia.

Este processo pode ser dividido em 6 partes, de acordo com Peter Diamandis, fundador da Singularity University, universidade no Vale do Silício, financiada por Google, Cisco, 3D Systems e diversas outras gigantes do ramo. Diamandis nos explica que a disrupção é parte de uma cadeia de eventos ainda maior, que ele chama de “pensamento exponencial”. Esse tipo de pensamento segue, ao invés de uma evolução linear de 1, 2, 3, 4, 5, 6; uma escala exponencial: 1, 2, 4, 8, 16, 32. Dessa maneira, o crescimento é infinitamente maior e mais expansivo

Para isso acontecer, os 6 passos são:

1) Digitalização
Tudo o que é digitalizado, entra automaticamente no processo de crescimento exponencial, pois assim a informação pode ser replicada automaticamente, sem custo algum, quase infinitamente.

2) Decepção
No início do seu crescimento exponencial, a evolução é quase imperceptível, podendo enganar facilmente quem olha de fora. Numericamente, essa evolução seria de 0,01%, 0,02%, 0,04%, 0,08%, 0,16%. Mas quando essa fase acaba, entramos no período da:

3) Disrupção
É nesse momento em que o mundo muda e se torna excitante! É numa rápida virada de jogo em que tudo o que era deceptivo tem uma explosão de crescimento.

4) Desmaterialização
O próximo passo é diminuir espaço, literalmente. Há alguns anos atrás, por exemplo, nós precisaríamos de uma sala cheia de aparelhos diferentes para termos o que hoje existedentro de um smartphone – telefone, GPS, rádio, câmera de vídeo, câmera fotográfica, gravador, mp3 player, VHS player etc.

5) Desmonetização
Serviços, produtos e até intangíveis se tornam desmonetizados por novas tecnologias. Se a Amazon desmonetiza livrarias e aNetflix desmonetiza locadoras e até cinemas, o Skype desmonetiza não só companhias telefônicas, mas a própria distância.

6) Democratização
Com algo digitalizado, que não ocupa espaço e resolve situações e complicações que antes demandariam tempo e dinheiro, o acesso àquilo fica muito mais... democrático. Vivemos em um mundo hiper conectado, onde qualquer informação é compartilhada instantaneamente. Hoje, qualquer pessoa tem a possibilidade de ter uma ideia, desenvolver essa ideia com custo mínimo (criar um aplicativo, por exemplo), e deflagrar um movimento disruptivo no mundo em questão de meses. As possibilidades e oportunidades nunca foram tão democráticas na história da humanidade.

Para exemplificar, Edmardo listou quatro casos de disrupções tecnológicas que já foram um dia um sonho, mas que já tomaram conta da vida de todo mundo:

1) Smartphone
Quando a internet surgiu 20 anos atrás, alguns já imaginavam que um dia, ela seria super-rápida e estaria na palma de nossas mãos - ao toque de um dedo. Os disruptores nos deram o smartphone que, junto com a internet móvel, mudaram a vida de pessoas ao redor de todo o mundo. Mudou a velocidade com que problemas são solucionados no dia a dia; mudou a configuração do trabalho como um todo (não é mais necessário estar presente no escritório o tempo todo); mudou a forma como as pessoas se relacionam; mudou a velocidade do acesso à informação; mudou a forma como a imprensa informa seus leitores; mudou a propaganda; mudou as necessidades prioritárias das famílias.

2) Instagram
Enquanto a Kodak declarava falência, o (recém-criado) Instagram era vendido por bilhões de dólares. A digitalização das imagens, a possibilidade de elas estarem na palma de nossas mãos e com um clique serem compartilhadas, tornou o Instagram uma ferramenta altamente disruptiva. O Instagram transformou o comportamento dos usuários de smartphones, tornando todos fotógrafos apaixonados por registrarem cada momento de suas vidas.

3) Impressora 3D
Estilistas já fazem coleções inteiras de roupas e acessórios com a impressora 3D. Grandes soluções como a possibilidade de gestantes cegas “sentirem” seus fetos durante ultrassons também aconteceram graças a essa maravilhosa ferramenta. Em breve, ela será ainda mais acessível e responsável por substituir tudo o que pudermos imaginar.

4) Programático
A internet conhece todas as pessoas muito bem. Ela sabe do que eu gosto, do que você gosta, o que eu comprei ontem para onde fui viajar – e sabe se fui sozinho ou com a minha família. Para ela, não há segredo. E o programático surgiu como ferramenta de organização desses milhares de informações em prol de marcas e anunciantes, que querem encontrar e impactar seus clientes de forma inteligente e muito bem “pensada”. O programático é o novo estágio da propaganda, o futuro da conexão entre consumidores e marcas. Mudando a forma como se faz publicidade, mudando a forma de criar conteúdo.

*Diretor geral da IgnitionOne, empresa de tecnologia programática.