Um percentual de
71% dos cidadãos em âmbito global concorda que a Dark Net, ou o Lado Escuro da Internet,
deve ser encerrada. O resultado consta de pesquisa encomendada pelo Centre for International Governance
Innovation (CIGI) à Ipsos. O estudo 2016 CIGI-Ipsos Global - Survey on Internet Security and Trust - é
apresentado no momento em que questões de privacidade digital e direitos
humanos são pontos cada vez mais centrais nos debates em torno de jurisdição dos
governos em segurança da internet.
Um total de 24.143
usuários foi ouvido, entre 20 de novembro e 4 de dezembro de 2015. Os
indivíduos são originários dos seguintes países: Austrália, Brasil, Canadá,
China, Egito, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Hong Kong, Índia, Indonésia, Itália,
Japão, Quênia, México, Nigéria, Paquistão, Polônia, África do Sul, Coréia do
Sul, Suécia, Tunísia, Turquia e EUA.
De imagens de
abuso a crianças a planejamento de assassínios, passando pela compra de
narcóticos ilegais, uma crescente parcela da atividade criminosa mundial
acontece no lado da internet conhecido como "Dark Net" — um reino
acessível através de browsers especiais que permitem aos usuários navegar pela
web de forma anônima.
A pesquisa
CIGI/Ipsos, além de apresentar o desejo da grande maioria dos entrevistados em ‘desligar’
a ‘Dark Net”, aponta ainda que um número significativo – 29% - de respondentes
opinaram que ela não deve ser desligada. Por que manter vivo um reino que
encarna o submundo da internet? A resposta pode recair no desejo de parte dos
cidadãos do mundo em preservar o anonimato e os benefícios que também fazem
parte do lado obscuro da internet.
“O anonimato da tecnologia
da Dark Net é uma faca de dois gumes. Enquanto parte de seus usuários pode usar a rede com objetivos de vilania, outros podem usá-la para benefícios. A
despeito da opinião pública, o encerramento definitivo das redes de anonimato
não é uma solução viável em longo prazo, quando a iniciativa pode se mostrar
ineficiente e será custosa para aqueles que genuinamente se beneficiam destes
sistemas”, diz Eric Jardine, líder de pesquisa e especialista em Dark Web, no CIGI.
"As opiniões
expressas pelos cidadãos globais sobre a Dark Net, um reino que funciona puramente
no anonimato, demonstram a complexidade desta questão para os políticos
tomadores de decisões e os governos ao redor do mundo. Simplificando, o
anonimato e a privacidade dos usuários devem ser determinantes na orientação
sobre o futuro da criação de sistemas e limites de governança da Internet",
acrescenta Fen Hampson, diretor de Segurança Global e Programa de Política do
CIGI e codiretor da Comissão Global de Governança de Internet. ”
Alguns dados da
pesquisa
- Indonésia (85%),
Índia (82%), México (80%) são os que mais acreditam que a Dark Net deve ser
encerrada. Países como Quênia (61%), Coréia do Sul (61%) e Suécia (61%) já nem
tanto.
- Sete em cada dez
(72%) americanos acreditam que a Dark Net deva ser desligada, o que combina com
os dados de Austrália (72%) e Turquia (71%).
- BRIC (78%) e
LATAM (76%) concordam que a Dark Net deva ser encerrada, enquanto que 69% na
Europa e Oriente Médio/África dizem o mesmo.
Sobre censura e
monitoramento
- Apenas 46% acreditam
que suas atividades não são censuradas.
- Apenas 38% acreditam
que suas atividades não são monitoradas.
- Apenas seis em
cada dez afirmar que o fato de o governo assegurar que não serão censurados
(59%) ou monitorados (58%) faria com que sentissem mais confiantes na internet.
Fonte: CIGI
Baixe a pesquisa
aqui: https://www.cigionline.org/internet-survey-2016.
Para mais informações, visite www.cigionline.org.