quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Redes Sociais: quem tem medo dos Black Blocs?

O Brasil foi afetado por grandes manifestações de rua entre junho e agosto deste ano organizadas dentro das redes sociais e que se estenderam para setembro e outubro. Embora as manifestações fossem pacíficas na sua maior parte, um grupo de militantes que se destacou durante este período - os black blocs - chamou a atenção do público. Apesar de ser motivo de preocupação da mídia e de políticos, se sabe relativamente pouco sobre quem são, de onde vêm ou como este grupo funciona. "Black Bloc Rising: Social Networks in Brasil" é o título da mais recente publicação da Open Empowerment Initiative - um projeto do Instituto Igarapé e da Fundação SecDev - e analisa a presença dos black blocs no ciberespaço.

Eles têm como foco especificamente o Facebook, a mais popular plataforma de mídia social utilizada por oito em cada 10 internautas brasileiros. O relatório surge num momento crítico uma vez que os black blocs continuam a desempenhar um papel importante nas manifestações em curso no Rio de Janeiro e em São Paulo.

O estudo conclui que os black blocs são um fenômeno novo no Brasil, tendo aparecido apenas duas semanas antes dos protestos. Além disso, sua atuação é altamente concentrada - mais especificamente em algumas áreas do Rio de Janeiro e de São Paulo -, o que pode estar gerando reflexos em outros lugares. Também parece haver uma relação entre a violência policial e a explosão das ações dos black blocs.

Baixe o estudo aqui

Veja o artigo publicado no Huffingtonpost.com

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Brasil está em 62º em desenvolvimento das TICs

A União Internacional de Telecomunicações (UIT) divulgou esta semana a edição 2013 do estudo anual "Medindo a Sociedade da Informação", que avalia o acesso à internet, telefonia celular e fixa em 157 países, inclusive do Brasil. A UIT calcula o Índice de Desenvolvimento das TICs (IDI) considerando 11 indicadores diferentes relacionados a infraestrutura e acesso, uso e habilidades. Esse índice mede o nível de desenvolvimento da sociedade da informação nos países avaliados e vem sendo publicado desde 2009. O Brasil ficou em 62º lugar no ranking.

O ranking dos países mais conectados do mundo é liderado pela Coreia do Sul, com índice de 8,57. Em seguida, vêm Suécia, Islândia, Dinamarca, Finlândia, Noruega e Países Baixos. Os cinco países que mais subiram foram Emirados Árabes Unidos, Líbano, Barbados, Seychelles e Bielorrússia.

De acordo com o relatório, no Brasil a penetração da banda larga móvel aumentou de 22% em 2011 para 37% ao final de 2012, sendo que 88% da população estavam coberta com a tecnologia 3G. A proporção de domicílios com computador no Brasil, de acordo com a UIT, subiu de 45% para 50% no final de 2012. A proporção de domicílios com acesso à internet mostrou um crescimento ainda mais significativo, subindo de 38% em 2011 para 45% em 2012. Um dos motivos que explica tal crescimento é o Plano Nacional de Banda Larga, que prevê diversas medidas para levar o acesso à internet em banda larga para mais de 40 milhões de domicílios até 2014.

Cesta de preços

O estudo apresenta também os últimos resultados da Cesta de Preços de TICs, o primeiro levantamento completo de dados dos preços dos serviços móveis de banda larga, o primeiro modelo da população dos chamados nativos digitais e uma evolução quantitativa das tendências recentes na TV Digital.

A cesta de preços da UIT forma-se pela composição de preços de telefonia fixa, móvel e internet banda larga fixa computados como um percentual do Produto Nacional Bruto per capita (PNB per capita). A cesta de preços, que inclui tributos, fornece um comparativo internacional e avalia o quanto os referidos serviços estão acessíveis tanto em valores absolutos quanto relativamente ao poder de paridade de compra (purchasing power parity - PPP) dos nacionais.

De acordo com a metodologia aplicada pela UIT, as três primeiras posições no ranking de menores custos dos serviços estão ocupadas por Macau (China), Catar e Hong Kong (China), onde os usuários gastam, respectivamente, 0,2%, 0,4% e 0,4% de suas rendas com a cesta de serviços de telefonia fixa, móvel e banda larga. O Brasil está em 93º lugar entre os 161 países comparados. Aqui, 4,0% da renda do cidadão são consumida pela cesta de serviços estipulada pela UIT. 

Pela primeira vez a UIT elaborou um modelo para estimar a população nativa digital no mundo. São considerados nativos digitais os jovens conectados, de 15 a 24 anos de idade, com cinco ou mais anos de experiência online. O Brasil ocupa o 37º lugar no ranking, com 60,2% dos jovens dessa faixa etária conectados, equivalente a 20.081.178 pessoas, o que corresponde a 10,1% da população total do país. 

Baixe o relatório aqui