Os investimentos da indústria de telecomunicações na América
Latina cresceram significativamente entre 2008 e 2011, segundo novo
levantamento da Ovum, empresa de análise de mercado britânica. De acordo com
dados da Ovum e do Observatório AHCIET (Associação Ibero americana de Centros
de Pesquisa e Empresas de Telecomunicações), o Chile experimentou o maior
investimento per capita em telecom da região em 2011, com US$ 69,83 por
habitante, seguido pelo Brasil (US$ 63,36) e Argentina (US$ 59,94). México (US$
31,34) e Colômbia (US$ 30,64) seguem na quarta e quinta posições,
respectivamente. Os países com o maior crescimento absoluto de investimento
entre 2008 e 2011 foram Argentina (97%), Colômbia (40%) e Chile (35%), seguido
pelo México (20%) e Brasil (20%).
"O aumento da contribuição das telecomunicações para as
economias nacionais é encarado como forma de acabar com a exclusão
digital", diz Matthew Howett, analista principal de Regulamentação das
Telecomunicações da Ovum. "Fornecer acesso à internet ao maior número
possível de cidadãos é fundamental para garantir o futuro crescimento econômico
na região. No entanto, os reguladores também desempenham papel importante ao
influenciar e acelerar o desenvolvimento do setor, e como tal, devem-se
empreender reformas chaves no processo de regulamentação", acrescenta ele.
A AHCIET observou que os dados do Chile são notáveis devido
a seu pequeno tamanho em relação a outros mercados da região. "Não é
coincidência que o Chile possua a menor carga tributária e, ao mesmo tempo, o
maior investimento per capita. Há um claro incentivo para as empresas
investirem o que eles não gastam em impostos sobre a extensão da cobertura e
penetração do serviço", destacou Pablo Bello, secretário-geral da AHCIET.
O aumento de investimentos em telecomunicações nestes países
da América Latina levou a uma maior acessibilidade dos serviços de
telecomunicações e ao crescimento estimulado na penetração do serviço; além de
maior concorrência no mercado e redução de custos para o acesso do consumidor.
A receita média por usuário (ARPU) no México caiu em 15%; no Brasil, Colômbia e
Chile o índice de redução foi de 13%, e na Argentina, de 1% entre 2008 e 2011.
Em todos os cinco países, o custo de acesso à banda larga móvel é inferior a 2%
do PIB per capita, com a Colômbia liderando a região em acessibilidade em
0,18%, e México, em terceiro lugar, com 0,61% do PIB per capita para o acesso
de banda larga de nível de entrada. No entanto, isso não significa que as operadoras
móveis hoje gerem menos receita por usuário, apesar do crescimento
significativo no número de pessoas conectadas e da crescente expansão da
cobertura do serviço.
Em resposta à crescente pressão da concorrência, as operadoras
têm se empenhado em investir em novas redes, serviços e tecnologias. "Esta
indústria é de investimento intensivo, especialmente para as operadoras que
desenvolvem redes. Este cenário requer uma visão regulamentar de longo prazo,
porque os países trabalham no sentido de superar o fosso digital exigem
indústrias fortes, capazes dos investimentos necessários, a fim de atingir
todos os usuários a preços acessíveis”, finaliza Bello.
Principais dados por país:
·
Argentina: As empresas de telecomunicações na
Argentina dobraram seus investimentos durante o período analisado. O Capex
cresceu de US$ 1,2 bilhão em 2008 para US$ 2,5 bilhões em 2011, aumento de 103%
durante o período 2008-2011.
]
·
Brasil: As telcos aumentaram seus investimentos em
mais de US$ 2 bilhões (23%), o que representa o segundo maior nível per capita
na região.
·
Chile: O aumento nos investimentos de telecom
foi de US$ 1,2 bilhão em 2011, o que representa um crescimento de quase 40%
desde 2008 (US$ 869 milhões).
·
Colômbia: Investimentos de US$ 1,4 bilhão em
2011, o que representa um aumento de 46% desde 2008.
·
México: O México apresenta o segundo maior nível
de investimento total no setor. O investimento em 2011 foi de US$ 3,5 bilhões, ou
crescimento de 24% desde 2008. Esse aumento de investimento é particularmente
significativo, dado que as empresas no tiveram queda de receita em relação ao
mesmo período de 3%.
O Observatório Ovum-ACHIET abrange 15 países da América
Latina e avalia a região a cada quatro anos. Ele vai entregar periodicamente
indicadores para governos, reguladores, empresas, organizações internacionais e
universidades para identificar as variáveis que podem acelerar ou retardar a
plena integração da América Latina na Sociedade da Informação. O Observatório
inclui 31 indicadores-chave criados a partir de mais de 10 mil pontos de dados
coletados diretamente das empresas de telecomunicações na região. A maioria dos
dados é obtida diretamente de operadoras de telecomunicações. Para mais
informações sobre os indicadores por país ou para mais informações, visite os
websites www.observatel.net; www.ahciet.net e www.ovum.com.